13 março, 2008

11 março, 2008

A Guerra dos Deuses

Em nome de Deus
Por Márcia Denser
 
Deus vai mal mas o fanatismo prepondera.

 

Deriva de Spinoza o uso contemporâneo do termo "cético" como "alguém que não acredita nem em Deus nem na religião". O ceticismo moderno defende a ciência e combate as pseudociências, as superstições, as religiões oficiais, fazendo a razão supostamente esclarecida combater a fé supostamente irracional.

 

Já no século XIX, Deus foi morto pelo positivismo à direita, que privilegiava a ciência e descartava a religião, e pelo marxismo à esquerda, que via na religião o ópio do povo. Simultaneamente, na literatura, um personagem de Dostoiévski, declarava: "se Deus não existe, então tudo é permitido".

 

Por outro lado, a primazia dos monoteísmos e do Deus único tornou o homem cego e intolerante para com a pluralidade da vida e a multiplicidade de realizações possíveis, incluindo estilos de vida, formas de governo e modos de produção. O filósofo brasileiro Vicente Ferreira da Silva entende o cristianismo como o principal responsável pela metafísica da subjetividade que resulta no domínio técnico do mundo.

 

O Deus único, ao criar o homem à sua imagem e semelhança, permite que se crie um mundo à imagem e semelhança do homem. Nesse sentido, o cristianismo é a causa da divinização da técnica e, conseqüentemente, da negação das forças telúricas vitais. Em termos abstratos, esse processo leva à negação do radicalmente outro, isto é, do próprio divino, e em termos concretos, o processo se consuma em Auschwitz, que é o Pior, e Hiroshima, que é o Nada.

 

Fundamentalistas de todas as nações e religiões fuzilam crentes dentro duma mesquita, matam médicos e enfermeiras que trabalham em clínicas de aborto, derrubam governos legitimamente constituídos. Segundo Karen Armstrong (Em nome de Deus: o fundamentalismo no judaísmo, no cristianismo e no islamismo. S.Paulo, Cia das Letras, 2001), em nome do Livro do Gênesis, fundamentalistas cristãos norte-americanos promulgam leis proibindo o ensino da teoria da evolução nas escolas.

 

E pensar que o capitalismo é ele próprio useiro e vezeiro do darwinismo social e político.

 

O filósofo Bertrand Russell considera todas as religiões do mundo não só falsas como prejudiciais: se todas se pretendem a única mas diferem radicalmente entre si, não há ponto de vista privilegiado que permita decidir qual é a verdadeira – logo, todas devem ser falsas. A multiplicidade de deuses atesta simplesmente que não existe nenhum.

 

E 2002, a World Evangelization Database registrava a existência de 10.200 religiões no mundo. Esse número de religiões faz supor, pelo menos, 10.200 deuses. E se há tantos e todos reivindicando para si ser o único e verdadeiro, no mínimo pode-se afirmar que nenhum deles é poderoso ou justo. Não é poderoso porque existem outros, não é justo porque, se fosse, não combateria as outras religiões.

 

Quanto mais intensa a religião em qualquer época e quanto mais profunda a crise dogmática, tanto maior a crueldade e tanto pior o estado de coisas, diz Russel. Desse modo, o mundo se revela repleto de inimigos – porque o único Amigo não é deste mundo. Quer dizer, ao contrário do que disse o personagem de Dostoiévski, tudo é permitido sim, mas porque Deus existe: mata-se em nome de Deus, das religiões. Ou de seus sucedâneos simbólicos, as ideologias.

 

No século XXI, o Capital tornou-se um deus e um dogma de fé inquestionável, o Pensamento Único – não por acaso chamado Único, até porque deuses têm mania de exclusividade – seu decálogo, e a Tecnociência, a alma do mundo. Que corresponderia à Sofia dos gnósticos, a sabedoria divina, ou ao Espírito Santo cristão, famoso pelo fenômeno da "glassolalia" – falar todas as línguas. Mas a atual Anima Mundi só fala inglês.


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03 março, 2008

Toda pessoa pública deve ter um blog (ou videolog)

(Pra mandar pra Prefeita)

YouTube, a tribuna política globalizada

http://www.cultura.gov.br/site/?p=10624

Carlos Castilho - Código Aberto / Observatório da Imprensa

Depois de ficar famoso como um site de vídeos bizarros e filmetes do tipo vídeo-cacetada, o YouTube entrou agora para a categoria de grande palanque político. Só nos últimos sete dias, vídeos envolvendo cinco personalidades e crises políticas mundiais atraíram milhőes de visitantes à pagina web que é a pioneira na publicação gratuita de material postado por amadores.

O filme onde o presidente francês Nikolas Sarkhozy ofende um senhor idoso foi o campeão absoluto de acessos durante o último fim de semana de fevereiro, com mais de meio milhão de visualizaçőes. Detalhe: quatro outros internautas postaram a mesma cena que, no total teve quase 900 mil acesso. Dos 20 vídeos mais vistos no período, cinco eram sobre a explosão de raiva do presidente francês.

No Paquistão, o governo decidiu proibir o acesso ao YouTube pelos internautas locais para impedir a divulgação de charges satíricas produzidas na Holanda sobre o profeta Maomé e acabou promovendo uma gigantesca trapalhada técnica que dificultou o acesso ao site durante várias horas.

Na Sérvia, os vídeos de jovens nacionalistas saqueando lojas num protesto contra a independência do Kosovo acabaram provocando um debate entre políticos europeus sobre o uso de saques como expressão de patriotismo. O governo sérvio tem feito vistas grossas para os protestos de grupos ultranacionalistas contra a formação de mais uma república autônoma, na antiga Iugoslávia.

Pouco antes, o YoutTube já tinha atraído as atençőes mundiais ao divulgar imagens da rede de televisão CNN onde Osama bin Laden aparece numa fotografia inserida junto a do pré-candidato à sucessão de George W. Bush, Barack Obama, numa reportagem sobre o suposto autor dos atentados contra as Torres Gêmeas. A imagem de Obama vestido de guerreiro somali também bateu recordes de visualização, mesmo sendo uma fotografia estática.

No dia 27/2 foi a vez da campanha eleitoral soviética entrar na primeira página do YouTube com cenas de pugilato entre candidatos. O material foi suprimido na televisão, mas acabou no Youtube, como já virou rotina em quase todos os incidentes envolvendo censura de imagens ou áudio.

O site é hoje uma espécie de território livre em matéria de imagens polêmicas. Tudo começou há quase um ano e meio, quando milhares de pessoas em todo mundo acompanharam os bombardeios israelenses no Líbano pelos vídeos amadores publicados no YouTube, em vez do material exibido nos telejornais.

Hoje, os movimentos de contestação política já elegeram o site como uma referência obrigatória em matéria de relaçőes públicas e propaganda. Um estudo de 112 páginas produzido por Margot Turkheimer, uma das principais responsáveis pelo marketing da Disney, mostra com números que o efeito YoutTube já é evidente nas campanhas eleitorais norte-americanas desde 2005, quando o site estreou na Web.

A primeira constatação do paper é a de que os eleitores prestam mais atenção na forma como os candidatos fazem suas promessas, e em menos no que é dito. Além, disso, especialmente nas eleiçőes regionais e legislativas, as estatísticas recolhidas por Margot Turkheimer indicam que os candidatos, considerados azarőes, duplicaram as suas chances eleitorais depois que passaram a usar o YouTube como ferramenta de campanha.



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[FAQ] O que é Tuxaua?

http://www.socioambiental.org/pib/epi/satere/politica.shtm

"Podemos observar que, contemporaneamente, o grau de influência política de um tuxaua oscila segundo inúmeros critérios, dos quais se destacam: o clã ao qual pertence, suas relações de parentesco e prestígio junto aos demais tuxauas, seu conhecimento sobre o tempo dos antigos (história e mitologia sateré-mawé), sua capacidade como orador, seu grau de generosidade, sua tradição como agricultor e beneficiador do guaraná, sua habilidade para o comércio, a maneira como conduz os problemas internos de sua comunidade e a tônica de suas relações com os agentes da sociedade envolvente, principalmente a Funai, os patrões e os políticos locais. Pode-se dizer que o tuxaua geral é aquele que consegue um bom desempenho em todas essas áreas."

02 março, 2008

Creative Commons cria selo: "aprovado para obras culturais livres"

O willie é meu herói!

---------- Forwarded message ----------
From: wille
Date: 2008/2/25
Subject: [MetaReciclagem] Creative Commons cria selo: "aprovado para obras culturais livres"


A Creative Commons acaba de dar um importante passo para aproximar-se às teses de FreedomDefined[1]. Mike Linksvayer, da Creative Commons, anunciou a criação de um selo "aprovado para obras culturais livres" que permitirá distinguir as licenças Creative Commons que são livres (by e by-sa, além das declarações de domínio público, que não são uma licença mas que também permitem uso livre das obras) das que não são (as que tem as cláusulas nc-"não comercial" e nd-"sem obras derivadas"). Benjamin "Mako" Hill, desenvolvedor Debian, diretor da FSF e autor da "Free Content Definition" em freedomdefined.org, celebrou a iniciativa em seu weblog[2]. Isto terá importantes beneficios para projetos livres como Wikipedia, Commons e outros análogos, que encontravam dificuldades para explicar por quê umas licenças CC eram válidas e outras não.

Anúncio do selo: http://creativecommons.org/weblog/entry/8051
[1] http://freedomdefined.org
[2] http://mako.cc/copyrighteous/20080221-00
Fonte: http://barrapunto.com/articles/08/02/23/1414238.shtml

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Wille
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SPAM, Twitter e Plantas me fazendo matar a saudade do glerm

Eu tava aqui lendo meus emails de quatro e meia da manhã quando recebo uma mensagem dizendo que mais um infeliz está me seguindo no twitter. Abro pra ver e o que parece ser um SPAM (o cara, Osen Komura, está seguindo mais de oito mil pessoas) revela-se um atalho pra eu matar minha saudade das doiduras do Glerm.



Botanicalls Twitter answers the question: What's up with your plant? It offers a connection to your leafy pal via online Twitter status updates that reach you anywhere in the world. When your plant needs water, it will post to let you know, and send its thanks when you show it love.

http://www.botanicalls.com/twitter/


Pra quem não entendeu, os caras fizeram um mecanismo pra que as plantas interajam com o Twitter.



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