09 dezembro, 2006

Verdades inconvenientes nascem de perguntas inconvenientes

Colaboração: Sérgio Amadeu (http://samadeu.blogspot.com/)

A ABES, Associação Brasileria de Empresas de Software, divulgou recentemente
uma pesquisa que está sendo utilizada pelos seus membros e pela Microsoft
para atacar o software livre no programa PC para Todos.

O programa PC Conectado, hoje, PC para Todos, foi um sucesso e ampliou a
base instalada de software livre no Brasil. Isto fez com que a microsoft
começasse a baixar os preços de suas licenças e tentar de todas as formas
impedir que as máquinas saissem de fábrica com 26 softwares livres
instalados. A concorrência promovida pelo software livre teve como efeito
imediato a redução do preço das licenças de software proprietário, para o
desgosto do monopólio.

Para tentar conter o avanço do software livre, uma das estratégias do
monopólio é pagar todos os anúncios publicitários das empresas de
hardware. Por isso, lemos propaganda de computadores nas páginas de jornal
com o seguinte texto: empresa tal recomenda M$. Obviamente se fizermos o
balanço contábil do que a empresa de hardware paga para a microsoft e
retirarmos o que a microsoft paga em anúncios e promoções podemos perceber
que ela está quase dando suas licenças gratuitamente. Mas isto não é uma
prática anti-concorrencial? Sim. O CADE irá agir?

Agora, a microsoft coloca uma propaganda na TV que dá a impressão que o
software livre é um software pirata ou ruim, sendo que o software instável e
repleto de vírus é o deles. Isto não seria uma propaganda enganosa? E o
CONAR (Conselho Nacional de Auto-Regulamentação Publicitária ) fará algo?

Por fim, algumas perguntas sobre a pesquisa da ABES precisam ser feitas:

1. Por que uma pesquisa feita em junho foi divulgada somente agora? Será que
é para impedir as vendas de computadores com software livre na véspera do
Natal? Será que é para influenciar na montagem do novo governo Lula?

2. Por que a pesquisa não peguntou quantas máquinas com start edition, da
microsoft, foram trocados por windows pirata?

3. Por que a pesquisa da ABES não quis saber quantos computadores vendidos
somente com windows serve para a instalação de todos os demais softwares
piratas? Ou será que a ABES não sabe que somente a licença para o Office
(pacote de escritório da m$) custa R$ 1200,00 (mais que o computador)?

4. Por que a pesquisa foi feita somente em dois estados ou segundo está
escrito "nas Unidades Federais de São Paulo e Paraná"?

5. Por que a ABES não faz uma pesquisa para saber qual o grau da pirataria
geral no país? Será que é porque ela descobrirá uma verdade inconveniente:
a pirataria é que mantém o monopólio da microsoft. Quantas pessoas que
compram computadores que custam R$ 1800,00 gastariam mais R$ 1400,00
somente nos demais aplicativos da m$, sem falar no Corel, no Photoshop,
entre outras licenças.

Acho que a tentativa de manter o monopólio tem limites. A concorrência é
melhor, reduz custos, melhora a qualidade e, por isso, devemos defendê-la.
Não seria o caso, do CADE, do Ministério Púbico Federal e outros órgãos de
defesa da concorrência entrarem em ação?


Coisas do Gmailgmail

On 11/23/06, Irapuan Martinez wrote:


O que nos envergonha é que tanto Gmail, como o Doc, não usam nenhum
recurso que não esteja em nosso poder: Javascript, CSS e browsers. Mas
é do Google que brota este tipo de produto, não de nossos micros.
Convém analisar o que fazem de diferente, porque os ingredientes, nos
temos completo acesso.


o q fazem diferente?
hehe.
eles vão lá e fazem. inovam. e, claro, teem grana infinita...
logo q lançaram o gmail+talk eu lembro de ter falado por aí,
q o chat só faria sentido quando se pudesse responder um
e-mail com um chat. (Reply by chat)
aí passa vinte dias os caras vão lá e fazem... é lindo!

(aproveito o ensejo pra dizer que demorou pra eles juntarem o
google groups com o gerenciamento de grupos de contatos do gmail,
com o orkut e tudo mais. Com isso, essa trédi aqui poderia estar acontecendo,
também, num batepapo com os integrantes da lista. jah viram o google spridixiti?)

Imagina, eles devem ter uns 800 caras espalhados pelo mundo
só pra ficar pesquisando novas idéias pela rede a fora.
lendo blogs, instalando programinhas, usando outros sistemas... mó nóia!

outra coisa legal é que eles fazem a ferramenta pra ser BOA. não pra vender.
vende pq é boa ou é boa pq vende? as duas coisas, sendo q a primeira só é
possível por causa da segunda, e vice versa. hehe
Mas tô falando do fato de eles não se preocuparem em inventar coisas q
prendam os usuários às suas tecnologias simplesmente pelo fator técnico.
(como a microsoft fez com IE e seus javascript maldito). O que prende o user
do google ao google é a qualidade dos serviços.
O gmail, por exemplo, pode ser usado com POP3, mas a graaaande maioria usa
a interface web justamente por ela ser como é. (sou bem mais o gmail do q o meu
thunderbird, mesmo o segundo sendo bem mais rápido).

e sobre o Docs, o dia em que tiver gerenciamento de grupo e layout de impressão... fudeu!
ah! e eu implementaria um esquema de navegação entre documentos via links dentro dos
próprios documentos, tipo um wiki mesmo. daí a opção de ver o texto fora da área de edição
faria beeem mais sentido. ;)

é isso, e ainda tem um pouco mais...

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poram.culturalivre.org